Natalie Portman é Lena, uma bióloga e professora que sofre com a ausência do marido, que desapareceu numa missão militar. Um dia, inesperadamente, após um ano, ele aparece em casa, como que por magia. Mas algo não está bem - Kane apresenta-se silencioso e distante. Quando ele começa a ter graves convulsões Lena chama uma ambulância mas são interceptados a caminho do hospital... e aí começa a estranha e impressionante história do filme.

São levados para um local isolado sob todo o secretismo possível e Kane é mantido sobre vigilância enquanto Lena é informada do porquê de estar ali, e a resposta não podia ser mais alarmante. Ali mesmo nas imediações das instalações onde se encontram, está o limite de uma área em quarentena, conhecida como "O Brilho", que é como um campo electromagnético que se está a expandir de dia para a dia e a matar tudo à passagem. É como se uma parede de cores e movimento estivesse ali plantada, e tudo o que está para lá do limite é desconhecido e mortal. Isto porque nenhuma equipa enviada para lá daquele limite voltou para contar a história... à excepção do marido de Lena, que mal consegue falar.

Ela acha-se na obrigação de, pelo menos, saber o que aconteceu ao marido e descobrir se a sua "cura" poderá ser assegurada por algo que esteja naquela área, e por isso voluntaria-se para integrar a próxima equipa que se vai arriscar a passar o limite d'O Brilho.

O que testemunhamos a partir daqui é absolutamente fantástico. As formas de vida existentes são para lá da nossa imaginação e de uma beleza e criatividade extraordinárias. As situações de tensão, suspense e terror são de uma competência abissal. Todos os aspectos técnicos estão no ponto, desde a fotografia exuberante, à banda sonora e aos efeitos de tirar o fôlego. O casting, começando pela Natalie, cumpre à risca. E um dos "seres" que aparece, já quase no final, é capaz de ser uma das formas mais belas e hipnotizantes que já pus a vista em cima.

Este é um dos melhores filmes de ficção científica que já vi, e a par do Ex-Machina (do mesmo realizador) e do Arrival é do melhor que se fez nos últimos anos. Disponível na Netflix.