I, Tonya (2017)

by - segunda-feira, fevereiro 19, 2018


O filme conta a história verídica de Tonya Harding, ex-patinadora artística americana cuja carreira terminou abruptamente após ter-se envolvido num escândalo.

Proveniente de uma família de classe média baixa e com uma mãe-sargento, foi quando tinha apenas 4 anos que Tonya começou a treinar à séria, e cedo a sua treinadora percebeu que a miúda tinha talento para ir longe. Mas o clima familiar disfuncional, a sua apetência para viver caoticamente, as más escolhas, o feitio irascível, os confrontos que provocou com toda a gente, fizeram com que raramente fosse considerada uma candidata à vitória.

Aqui, a história é contada pela sua perspectiva, e também pela da do ex-marido, Jeff. Numa altura bastante competitiva da sua vida, em que lutava pela presença nos Jogos Olímpicos, uma das maiores rivais foi agredida e o casal acabou por ser condenado pelo envolvimento no sucedido. Foi um enorme escândalo na altura, um caso com uma grande expressão mediática e que acabou com a carreira de Tonya como patinadora.

Mais uma vez, esta é a perspectiva do ex-casal. A narrativa foi construída de acordo com as suas declarações e entrevistas, e como tal pode não corresponder totalmente à verdade. O filme não pretende ser um documento factual, mas sim a história de Tonya aos olhos de Tonya e das pessoas que a conhecem melhor. Nesse aspecto, acho que cumpre totalmente.

Esta mulher tem uma história de vida que dá pano para mangas e um espírito lutador e aguerrido, e isso são logo à partida ingredientes para o sucesso - tudo nela é interessante. Para além disso, Margot Robbie interpreta-a de forma irrepreensível - claramente, deu tudo. Também gostei de vários pormenores da realização, principalmente a forma como os diálogos foram estruturados e a interacção com a câmara, que saiu perfeitamente natural, e diferente.

Está em exibição nos cinemas, e nomeado para 3 Óscares: Melhor Atriz, Melhor Atriz Secundária e Melhor Edição.

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