Dark T1

by - terça-feira, dezembro 26, 2017

Em boa hora a Netflix lançou esta série alemã, porque é brutalíssima. Ela começa com o desaparecimento de uma criança, e não tarda a desaparecer mais uma. Este último, Mikkel, é filho de um polícia, e a investigação para se descobrir o seu paradeiro e o da outra criança não trará qualquer fruto. Simplesmente, não há vestígios deles em lado nenhum. Os seus parentes enlouquecem com a situação, enquanto nós, os espectadores, vamos descobrindo o que se passa com Mikkel.

Quando um estranho, nos primeiros episódios, lança o comentário - a questão não é onde está o Mikkel, mas quando - está lançado o mote que precisávamos para confirmar as nossas supeitas: o rapaz viajou no tempo. E isto poderia parecer estúpido e eu seria a primeira céptica a chamar o tema de estúpido e a desistir da série, mas está tão bem feita, tão real, que uma pessoa acaba de a ver e começa a duvidar de tudo o que pensa que sabe. Os padrões espaço-temporais que conhecemos são facilmente postos em causa e fica-se assim um bocadinho a bater mal.

A trama é complexa, principalmente devido às personagens infinitas e damos por nós já sem perceber em que ano estamos e quem é quem em que ano... mas a série faz um trabalho belíssimo em atar pontas soltas, lembrando-nos sempre, de forma sublime e subtil. Os actores fazem um trabalho abismal, as imagens são lindíssimas, dominadas pela chuva e por um ambiente frio (não fosse alemã!), e tudo, até o genérico inicial, é brutal.

Dark é comparada frequentemente com a Stranger Things, mas garanto que é apenas a impressão inicial. Eu acabei de ver uma e comecei outra, e existiram coisas que me fizeram efectivamente lembrar, mas essa impressão acabou imediatamente. Dark é menos jovial, mais séria, mais estranha, levanta sérias dúvidas, e é muito mindblowing.

Foi renovada para a segunda temporada. Aguardo ansiosamente.

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