Manchester By The Sea

by - terça-feira, fevereiro 14, 2017

Muitas vezes acusam Casey Affleck de ser entediante, muito por causa, digo eu, do seu tom monocórdico. Afinal, ele estava apenas à espera do papel feito à sua medida, que acredito ser este que desempenha em "Manchester By The Sea".

No filme, Casey veste a pele de Lee, um homem a quem o irmão morre e tem de voltar à sua terra natal, Manchester, para tratar dos trâmites que envolvem a morte e cuidar do seu sobrinho adolescente, de quem foi designado tutor e com quem vai ter uma relação atribulada. Só que voltar a esta terra e ver aquelas pessoas vai despertar o pior de si devido a uma situação do passado, carregada de negrume, de arrependimento e de dor. Vamos compreendendo aos poucos os motivos que o levaram a afastar-se de Manchester e como esse retorno lhe é penoso.

Os saltos temporais são constantes ao longo da trama e, na minha opinião, são feitos de forma genial. Apesar de por vezes serem bruscos, percebemos perfeitamente em que tempo estamos e com que intenção esse salto foi feito. A dor carregada por Lee é um crescendo que começa numa letargia melancólica e que tem alguns expoentes fantásticos.

A história é simples mas densa, carregada, e sentimos perfeitamente o peso que a personagem também carrega, e esta capacidade de passar esse sentimento para o espectador faz deste um dos meus filmes favoritos à corrida pelos Óscares.


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2 comentários

  1. Não posso comentar o filme porque ainda não o vi, mas posso afirmar que Casey Affleck é um excelente actor, descobri isso mesmo quando vi a película "Gerry" de Gus van Sant, um magnifico filme minimalista com uma sublime banda sonora de Arvo Part.
    Muito bom dia!

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