Pessoas estranhas #27 - o colega misterioso

by - quarta-feira, setembro 07, 2016

Como bem sabem, e sentiram, nos últimos dias houve uma vaga de calor daquelas bem nojentas em que pomos um pé lá fora e imediatamente ficamos com o rego do cu molhado. Os poros do nariz e do buço ficam com pequenas gotas de suor. A cabeça lateja. As palmas das mãos e dos pés suam. Não conseguimos dormir. Mas o raio do meu colega "misterioso" não se importa porque todos os dias do ano, TODOS OS DIAS sem excepção, veste a mesma coisa - sweatshirt preta de manga comprida, calças pretas, ténis pretos. Tudo liso, sem padrões, letras ou bonecos. Sempre. Todos os dias. Façam 40 graus ou 10. E tem uma gadelha comprida que lhe chega a meio das costas.

Ora eu como metaleira que sou já acho que abuso do uso do preto e às vezes martirizo-me antes de sair de casa para vestir uma coisinha mais fresca nestes dias impossíveis. Mas este gajo abusa. Para além da roupa ser sempre igual (será que é a mesma?), é tudo quente! Como é que não derrete com estes 40 graus de Lisboa? Só de olhar pró homem os meus sovacos avisam que o cavalo está para chegar!

Pois com esta panóplia de coisas em redor desta pessoa estranha, assomam-se-me à cabeça vários cenários estranhos e misteriosos. Primeiro pensei que teria qualquer doença de pele, mas depois vi-o a arregaçar a manga e pus esse cenário de parte. Será que tem um colete explosivo sempre vestido para quando a empresa o lixar mandar tudo pelos ares? Será que é um vampiro? Será que está morto e não sente variações de temperatura? Será que é daltónico e não quer arriscar? Será que acha que o preto o emagrece? Mas é um chico-fininho! No fundo podia perguntar-lhe, mas sou também eu uma pessoa estranha da categoria anti-social e prefiro ficar na dúvida.







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2 comentários

  1. São vários os cenários possíveis, não haja dúvida!
    Em tempos conheci um (nessa altura) jovem que nunca tirava o blazer que trazia vestido (que variava, ora de veludo, ora de fazenda, mas sempre escuros). Chegavam amigos nossos a dizer-lhe para o despir, naquelas noites de calor em que a conversa já ia longa e toda a gente se abanicava, mesmo com roupa fresca. Verdade seja dita que o continuo a ver na TV sempre com o seu blazer vestido - Espero que aí seja mesmo "noblesse oblige" e não apenas mania!
    Esse colega pode ter apenas a mania!

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    1. Também tive em tempos um colega que nunca despia o casaco de cabedal (faz lembrar essa história) e já não se podia estar ao pé dele que já cheirava mal :S
      Este caso é estranho, porque parece uma pessoa amigável e normal não fosse a indumentária igual 300 e tal dias por ano! (estou a excluir fins e semana e festividades em que não lhe ponho a vista em cima) :)
      Obrigada pela visita!

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