A profissão que nunca conseguiria ter

by - terça-feira, novembro 10, 2015


Quem é que, ao crescer, sonha em chafurdar na boca dos outros? Qual é a criança que diz: "Pai, mãe, quando crescer quero ser muito bom a tratar dos dentes dos outros!". Esta conversa nunca aconteceu em lugar algum do mundo, e se aconteceu, peço perdão, mas não são bons da cabeça.

Quem é que tira prazer em sentir o mau hálito dos pacientes, ver e cheirar dentes podres, levar com baba, fazer dentaduras, ver manchas de café e tabaco ou tirar comida de buracos com séculos de existência? Para além disso, estão demasiado perto da nossa boca, esse espaço tão íntimo com o qual fazemos coisas que não andamos por aí a dizer a ninguém. Mas eles sabem. Sabem tudo o que vocês fazem com a boca...

Ainda bem que os dentistas existem. A sério. Abençoados sejam vocês que fazem da boca dos outros a vossa missão e a levam tão seriamente. Eu não conseguia.

Acho que este sentimento advém de odiar ir ao dentista. Mas mais uma vez, quem é que já alguma vez disse: "Adoro ir ao dentista! O som daquela broca a partir-me a boca e a fazer-me tremer o crânio excita-me. Gosto tanto de estar uma hora de boca aberta e ter cãibras no maxilar! E no fim ficar a babar-me e a falar à Rocky Balboa durante 2 horas! Tão bom!" Ninguém. Nunca. No mundo inteiro. E se disseram, uma vez mais, não são bons da cabeça.

Sim, hoje foi dia de ir ao dentista e foda-se, o senhor é uma óptima pessoa, mas preferia ter o período de 2 em 2 semanas do que vê-lo de 3 em 3 meses. E isto significa muita diarreia para mim.


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