Eu gostei de capa do Correio da Manhã

by - sexta-feira, julho 18, 2014

Hoje a revolta está instalada. A capa do CM apresenta os destroços do avião da Malaysia Airlines abatido ontem, com alguns cadáveres à mistura.

Todo o povo acordou para a vida. Porque as crianças veem as capas dos jornais. Porque não há respeito pela vida humana e pelos familiares. Porque é chocante e um atentado à moral.

Em 28 anos de vida, nunca comprei esse jornal. Nem sou fã nas redes sociais, não me identifico com a conduta do mesmo e não me interesso pelos conteúdos. Neste caso, não encontro a razão para um ataque tão cerrado. O CM é sensacionalista e alimenta-se das desgraças, das imagens chocantes, dos casos bizarros e de gajas nuas. Não é raro existirem mamas, cus, casas de putas, as putas em si, acidentes de automóvel, famosos no hospital, pessoas que morrem de fome, pessoas feridas em manifestações, a miséria dos sem-abrigo, animais maltratados, crianças desaparecidas, bebés violados, esmagamentos nas arribas, arrastões na praia, violência nas claques e no futebol, abortos na casa de banho, violência doméstica, velhos que mandam facadas nas velhas, velhas que envenenam velhos, suicídios, comboios descarrilados, afogamentos no rio, atentados bombistas, e mais, muito mais, sempre, desde sempre, e não vai acabar.

Hoje mostraram três corpos (nem aparecem na íntegra...) no desastre de avião mais terrível e bizarro dos últimos anos. Eu, pelo menos, tinha uma curiosidade mórbida por ver alguns corpos, por isso obrigado Correio da Manhã. Se tiverem mais fotos disponíveis posso facultar-vos o meu email para partilharem.

Não entendo a repentina sensibilidade afectada do povo português, que para além de já estar farto de saber o que esperar desse jornal, esfrega as mãos de contente ao ver pornografia nas primeiras páginas, está farto de ver manchetes repletas de sangue, assassínios e mortes (as crianças também sabem ler!) e esta imagem em baixo é o fim do mundo, da moralidade e dos valores. Se calhar sou eu que não bato bem por ser uma fã acérrima de filmes de terror, e quanto mais tortura, tripas, sangue e gritos, melhor. Nesse caso, peço perdão, minhas flores!


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